Ignácio de Loyola Brandão, em Pirenópolis, durante a 1ª Flipiri, em 2009: autor é de novo um dos destaques desta edi&
Andar por ruas históricas falando de literatura e discutindo os autores do coração é um privilégio. Um luxo com o qual os moradores de Pirenópolis precisam começar a se acostumar.
A 2ª Festa Literária de Pirenópolis, a Flipiri, que começa hoje e vai até sábado, dá ao antigo Arraial do Meia-Ponte a oportunidade de debater com maior profundidade a produção literária nacional. “A 2ª Flipiri vai sedimentar o evento no calendário da cidade”, afirma Íris Borges, coordenadora e idealizadora do projeto, empreendido pela Casa dos Autores, de Brasília.
Segundo ela, o objetivo maior da festa é qualificar alunos e professores da rede pública no que tange à literatura e à leitura. “A Secretaria de Educação de Pirenópolis, nossa parceira, quer que tenhamos especial atenção com esse aspecto”, pontua.
A Escola Municipal Joaquim Alves vai concentrar boa parte da programação para o público escolar, com oficinas, palestras e cursos sobre os mais variados assuntos, mas todos ligados aos trabalhos que podem ser desenvolvidos em sala de aula para incentivar o hábito de ler. Um dos instrumentos de que a organização do evento dispõe para alcançar esse resultado é a Flipiri Itinerante.
Os autores convidados fazem uma caravana a localidades próximas, levando atividades que estão em cartaz em Pirenópolis. Neste ano, os escritores vão a Caxambu, Radiolândia, Placa, Capela, Lagolândia, Jaranápolis/Índio, Goianápolis, Bom Jesus e Santo Antônio.
A homenageada deste ano é Eliane Lage, que foi uma das estrelas dos estúdios Vera Cruz nos anos 1950 e que hoje mora na região. Ao lado do documentarista Vladimir Carvalho, Eliane dará um viés mais ligado ao cinema à festa. Já o escritor Ignácio de Loyola Brandão fará uma palestra em homenagem à atriz. Sua participação mostra a diferença de estrutura entre a 1ª e a 2ª Flipiri. “No ano passado, tivemos um mês e meio para planejar tudo. Foi uma loucura. Agora não. Até conseguimos pagar cachê para os convidados. Em 2009, o Ignácio veio sem cobrar nada”, relata Íris.
O prazo exíguo para organizar tudo também justifica a ausência de escritores de Goiás na primera edição da festa. “Agora tivemos tempo de mapear os escritores goianos”, conta Íris. Outro convidado ilustre desta edição é o escritor gaúcho Moacyr Scliar. A organização do evento assegura não ter a intenção de fazer a festa crescer. “Isso só vai acontecer se houver uma demanda da cidade nesse sentido”, assegura Íris.
Para ela, o modelo da Flipiri, baseado na experiência da Festa Literária de Paraty (Flip), é o futuro dos encontros literários no Brasil. O investimento total foi de R$ 230 mil (modesto, se comparado a outros eventos do gênero, como as bienais do livro), bancado pelos patrocínios do Ministério do Turismo e da Petrobras.
PROGRAMAÇÃO
Quinta-feira, 11
TEATRO DE PIRENÓPOLIS
19h – Cerimônia de abertura com conferência de Moacyr Scliar, Ignácio de Loyola Brandão e André Neves
Sexta-feira, 12
PALCO DA PRAÇA
9h –Wilson Pereira (leitura de poemas)
10h –João Bosco (leitura de Lobo-guará de Hotel) e Alessandra Roscoe (leitura de Contos, Cantos e Encantos)
11h –João Bosco (leitura de Uma Traça de Casaca) e Banda Gambira
13h –Eduardo Loureiro (Música e Leitura: Cantando e Contando Histórias)
14h – Grupo de Chorinho Clóvis Roberto
15h – Clara Rosa Gomes (leitura de
Rádio Judite)
16h – Tatiana Oliveira (contação de histórias) e Marco Miranda
(prosa em versos)
17h – Clara Rosa Gomes (leitura de O Sonho de Ser Grande)
18h – Grupo Serenata de Pirenópolis (Ita, Alaor e Convidados)
19h – Clara Rosa Gomes
(contação de histórias)
20h – Trio Uirapuru
ESPAÇO DO ESCRITOR
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